"Nós não somos o que gostaríamos de ser. Nós não somos o que ainda iremos ser. Mas, graças a Deus, Não somos mais quem nós éramos." Martin Luther King

Não somos ainda o país que sonhamos.
Ainda estamos longe de ser o país que queremos.
Mas, com toda certeza, hoje somos um país melhor do que éramos a há oito anos.

Este blog é para quem não quer cruzar os braços e quer contribuir para deixar um Brasil
melhor do que encontrou.

Se você ainda está em dúvida entre qual modelo de governo é melhor para o país,
responda a esta pergunta: que país você quer deixar para o futuro:
Um país de todos ou apenas um país de poucos?

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

ONU DIZ QUE BOLSA FAMÍLIA CONTRIBUIU PARA METAS DO MILÊNIO

Um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) destaca o programa Bolsa Família como sendo um programa que tem contribuído para que sejam alcançadas as chamadas Metas do Milênio. As Metas são oito objetivos determinados internacionalmente para reduzir pobreza, fome, mortes de mães e crianças, doenças, moradia inadequada, desigualdade entre os sexos e degradação ambiental até 2015.
O documento da ONU, apresentado em Nova York na quinta-feira pelo Programa de Desenvolvimento da organização, traz uma agenda de ações concretas para se atingir as Metas do Milênio e apresenta exemplos de várias iniciativas que estão ajudando 50 países a se aproximar dos objetivos estipulados pela ONU.
Ele foi preparado por um painel composto por representantes do Banco Mundial, do Fundo Monetário Internacional, da Comissão Europeia e dos seguintes governos: Bangladesh, Brasil, Canadá, Chile, República Dominicana, Egito, Etiópia, Noruega, República da Coreia, Ruanda, Espanha, Tunísia, Grã-Bretanha e Vietnã.
"Em vez de ser vista como um escoamento do orçamento nacional, a proteção social deve ser vista como um investimento decisivo para formar o poder de recuperação para lidar com choques presentes e futuros e manter vitórias alcançadas com esforço", afirmou a administradora do programa de desenvolvimento, Helen Clark, no discurso de apresentação do relatório ao se referir ao Bolsa Família e ao programa parecido existente no México, o Oportunidades.
Pobreza
O relatório afirma que nos últimos dez anos houve um desenvolvimento amplo da proteção social e transferência de dinheiro, principalmente da América Latina. "A popularidade destes programas também está relacionada ao custo relativamente baixo de cerca de 1% a 2% do PIB. Técnicas de avaliação sofisticadas mostram que transferências de dinheiro têm um impacto positivo nos resultados de educação e saúde."

O texto ressalta ainda que tanto o Bolsa-Família como o Oportunidades tiveram impacto também na redução da pobreza e tem sido associados a um declínio da desigualdade de renda de cerca de 2,7 pontos percentuais no Brasil e no México. O relatório afirma que a meta de reduzir a pobreza pela metade no mundo inteiro pode ser atingida em cinco anos, mas ressalta que é preciso se concentrar também na redução do número absoluto de pessoas pobres.
Em 2005, o número de pessoas vivendo com menos de US$ 1,25 por dia caiu para 1,4 bilhão, comparado com 1,8 bilhão em 1990. No mesmo período, a taxa de pobreza caiu de 46% para 27%. "Na América Latina e no Caribe, o declínio na pobreza absoluta é atribuída principalmente ao Brasil."
Meio ambiente
Em relação à sustentabilidade ambiental, o relatório não é tão otimista, aconselhando os países a reforçar a colaboração entre si para conservar e utilizar as florestas e recursos marinhos de forma sustentável. "Globalmente, o mundo fracassou em atingir suas metas de impedir a perda de biodiversidade em 2010. O deflorestamento continua inabalado em 13 milhões de hectares por ano."

O documento também afirma que as mudanças climáticas estão afetando a sustentabilidade ambiental. As emissões de gás carbônico chegaram a 21 bilhões de toneladas métricas em 2006 - um aumento de 31% em relação ao nível registrado em 1990. As emissões per capita são mais altas nas regiões em desenvolvimento, especialmente na África subsaariana e em economias em rápido crescimento como Índia e China.
Favelas
As conclusões em relação à melhoria das condições de moradia também mostram que existe muito trabalho a ser feito até 2015. Apesar de a proporção da população urbana vivendo em favelas em países em desenvolvimento ter caído, o número total de habitantes em favelas deve chegar a 1,5 bilhão em 2020. De acordo com números de 2005, um terço de todos os moradores urbanos viviam em favelas.

O documento destaca que o crescimento das favelas vem causando vários danos ambientais em áreas delicadas, como nas bacias de água da cidade de São Paulo. O relatório do Programa de Desenvolvimento da ONU foi fornecido a todos os países integrantes da ONU para a preparação de um documento para a cúpula de líderes mundiais sobre as Metas de Desenvolvimento do Milênio que será realizada em setembro, em Nova York.

Fonte: Portal Terra

CALEM A BOCA, NORDESTINOS!

Por José Barbosa Junior   
A eleição de Dilma Rousseff trouxe à tona, entre muitas outras coisas, o que há de pior no Brasil em relação aos preconceitos. Sejam eles religiosos, partidários, regionais, foram lançados à luz de maneira violenta, sádica e contraditória.
Já escrevi sobre os preconceitos religiosos em outros textos e a cada dia me envergonho mais do povo que se diz evangélico (do qual faço parte) e dos pilantras profissionais de púlpito, como Silas Malafaia, Renê Terra Nova e outros, que se venderam de forma absurda aos seus candidatos. E que fique bem claro: não os cito por terem apoiado o Serra... outros pastores se venderam vergonhosamente para apoiarem a candidata petista. A luta pelo poder ainda é a maior no meio do baixo-evangelicismo brasileiro.
Mas o que me motivou a escrever este texto foi a celeuma causada na internet, que extrapolou a rede mundial de computadores, pelas declarações da paulista, estudante de Direito, Mayara Petruso, alavancada por uma declaração no twitter: "Nordestino não é gente. Faça um favor a SP, mate um nordestino afogado!".
Infelizmente, Mayara não foi a única. Vários outros “brasileiros” também passaram a agredir os nordestinos, revoltados com o resultado final das eleições, que elegeu a primeira mulher presidentE ou presidentA (sim, fui corrigido por muitos e convencido pelos "amigos" Houaiss e Aurélio) do nosso país.
E fiquei a pensar nas verdades ditas por estes jovens, tão emocionados em suas declarações contra os nordestinos. Eles têm razão!
Os nordestinos devem ficar quietos! Cale a boca, povo do Nordeste!
Que coisas boas vocês têm pra oferecer ao resto do país?
Ou vocês pensam que são os bons só porque deram à literatura brasileira nomes como o do alagoano Graciliano Ramos, dos paraibanos José Lins do Rego e Ariano Suassuna, dos pernambucanos João Cabral de Melo Neto e Manuel Bandeira, ou então dos cearenses José de Alencar e a maravilhosa Rachel de Queiroz?
Só porque o Maranhão nos deu Gonçalves Dias, Aluisio Azevedo, Arthur Azevedo, Ferreira Gullar, José Louzeiro e Josué Montello, e o Ceará nos presenteou com José de Alencar e Patativa do Assaré e a Bahia em seus encantos nos deu como herança Jorge Amado, vocês pensam que podem tudo?
Isso sem falar no humor brasileiro, de quem sugamos de vocês os talentos do genial  Chico Anysio, do eterno trapalhão Renato Aragão, de Tom Cavalcante e até mesmo do palhaço Tiririca, que foi eleito o deputado federal mais votado pelos... pasmem... PAULISTAS!!!
E já que está na moda o cinema brasileiro, ainda poderia falar de atores como os cearenses José Wilker, Luiza Tomé, Milton Moraes e Emiliano Queiróz, o inesquecível Dirceu Borboleta, ou ainda do paraibano José Dumont ou de Marco Nanini, pernambucano.
Ah! E ainda os baianos Lázaro Ramos e Wagner Moura, que será eternizado pelo “carioca” Capitão Nascimento, de Tropa de Elite, 1 e 2.
Música? Não, vocês nordestinos não poderiam ter coisa boa a nos oferecer, povo analfabeto e sem cultura...
Ou pensam que teremos que aceitar vocês por causa da aterradora simplicidade e majestade de Luiz Gonzaga, o rei do baião? Ou das lindas canções de Nando Cordel e dos seus conterrâneos pernambucanos Alceu Valença, Dominguinhos, Geraldo Azevedo e Lenine? Isso sem falar nos paraibanos Zé e Elba Ramalho e do cearense Fagner...
E Não poderia deixar de lembrar também da genial família Caymmi e suas melofias doces e baianas a embalar dias e noites repletas de poesia...
Ah! Nordestinos...
Além de tudo isso, vocês ainda resistiram à escravatura? E foi daí que nasceu o mais famoso quilombo, símbolo da resistência dos negros á força opressora do branco que sabe o que é melhor para o nosso país? Por que vocês foram nos dar Zumbi dos Palmares? Só para marcar mais um ponto na sofrida e linda história do seu povo?
Um conselho, pobres nordestinos. Vocês deveriam aprender conosco, povo civilizado do sul e sudeste do Brasil. Nós, sim, temos coisas boas a lhes ensinar.
Por que não aprendem conosco os batidões do funk carioca? Deveriam aprender e ver as suas meninas dançarem até o chão, sendo carinhosamente chamadas de “cachorras”. Além disso, deveriam aprender também muito da poesia estética e musical de Tati Quebra-Barraco, Latino e Kelly Key. Sim, porque melhor que a asa branca bater asas e voar, é ter festa no apê e rolar bundalelê!
Por que não aprendem do pagode gostoso de Netinho de Paula? E ainda poderiam levar suas meninas para “um dia de princesa” (se não apanharem no caminho)! Ou então o rock melódico e poético de Supla! Vocês adorariam!!!
Mas se não quiserem, podemos pedir ao pessoal aqui do lado, do Mato Grosso do Sul, que lhes exporte o sertanejo universitário... coisa da melhor qualidade!
Ah! E sem falar numa coisa que vocês tem que aprender conosco, povo civilizado, branco e intelectualizado: explorar bem o trabalho infantil! Vocês não sabem, mas na verdade não está em jogo se é ou não trabalho infantil (isso pouco vale pra justiça), o que importa mesmo é o QUANTO esse trabalho infantil vai render. Ou vocês não perceberam ainda que suas crianças não podem trabalhar nas plantações, nas roças, etc. porque isso as afasta da escola e é um trabalho horroroso e sujo, mas na verdade, é porque ganha pouco. Bom mesmo é a menina deixar de estudar pra ser modelo e sustentar os pais, ou ser atriz mirim ou cantora e ter a sua vida totalmente modificada, mesmo que não tenha estrutura psicológica pra isso... mas o que importa mesmo é que vão encher o bolso e nunca precisarão de Bolsa-família, daí, é fácil criticar quem precisa!
Minha mensagem então é essa: - Calem a boca, nordestinos!
Calem a boca, porque vocês não precisam se rebaixar e tentar responder a tantos absurdos de gente que não entende o que é, mesmo sendo abandonado por tantos anos pelo próprio país, vocês tirarem tanta beleza e poesia das mãos calejadas e das peles ressecadas de sol a sol.
Calem a boca, e deixem quem não tem nada pra dizer jogar suas palavras ao vento. Não deixem que isso os tire de sua posição majestosa na construção desse povo maravilhoso, de tantas cores, sotaques, religiões e gentes.
Calem a boca, porque a história desse país responderá por si mesma a importância e a contribuição que vocês nos legaram, seja na literatura, na música, nas artes cênicas ou em quaisquer situações em que a força do seu povo falou mais alto e fez valer a máxima do escritor: “O sertanejo é, antes de tudo, um forte!”

Que o Deus de todos os povos, raças, tribos e nações, os abençoe, queridos irmãos nordestinos!

José Barbosa Junior, na madrugada de  03 de novembro de 2010.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

OAB VAI À JUSTIÇA CONTRA ATAQUES

publicado em 03.11.2010 no DIÁRIO DO NORDESTE

No domingo, usuários do microblog começaram a postar mensagens ofensivas ao Nordeste contra a vitória de Dilma
Recife. A seção Pernambuco da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PE) entra hoje, na Justiça de São Paulo, com representação criminal contra a onda de ataques aos nordestinos divulgada pelo Twitter após o resultado da eleição.

No domingo à noite, usuários da rede de microblogs começaram a postar mensagens ofensivas ao Nordeste contra a vitória de Dilma Rousseff, relacionando o resultado à boa votação de Dilma na região. A representação da OAB-PE é contra a estudante de Direito Mayara Petruso, de São Paulo, uma das que teriam iniciado os ataques. Segundo o presidente da OAB-PE, Henrique Mariano, Mayara deve responder por crime de racismo (pena de dois a cinco anos de prisão, mais multa) e incitação pública de prática de crime (cuja pena é detenção de três a seis meses, ou multa), no caso, homicídio. Entre as mensagens postadas pela universitária, há frases como: "Nordestino não é gente. Faça um favor a SP, mate um nordestino afogado!".

"São mensagens absolutamente preconceituosas. Além disso, é inadmissível que uma estudante de Direito tenha atitudes contrárias à função social da sua profissão. Como alguém com esse comportamento vai se tornar um profissional que precisa defender a Justiça e os direitos humanos?", diz Mariano.

Em julho deste ano, a seção pernambucana da Ordem já havia prestado queixa à Polícia Federal contra pelo menos dez usuários do Twitter, por mensagens ofensivas aos nordestinos após as enchentes na região.

"Essas redes sociais são meios de comunicação de alcance nacional, e crimes que ocorram nelas são de ordem federal. São ofensas que atingem todos os nordestinos, existe um direito difuso aí sendo desrespeitado", completa Mariano.

No domingo, usuários do Twitter insatisfeitos com a vitória de Dilma postaram frases como "Tinham que separar o Nordeste e os bolsas vadio do Brasil" e "Construindo câmara de gás no Nordeste matando geral". Como reação, outros usuários passaram a gerar mensagens com "#orgulhodesernordestino", hashtag que ficou entre os primeiros lugares no ranking mundial no Twitter.

500 ANOS ESTA NOITE

poema de PIEDRO TIERRA

De onde vem essa mulher
que bate à nossa porta 500 anos depois?
Reconheço esse rosto estampado 
em pano e bandeiras e lhes digo:
vem da madrugada que acendemos
no coração da noite.

De onde vem essa mulher
que bate às portas do país dos patriarcas
em nome dos que estavam famintos
e agora têm pão e trabalho?
Reconheço esse rosto e lhes digo:
vem dos rios subterrâneos da esperança,
que fecundaram o trigo e fermentaram o pão.

De onde vem essa mulher
que apedrejam, mas não se detém,
protegida pelas mãos aflitas dos pobres
que invadiram os espaços de mando?
Reconheço esse rosto e lhes digo:
vem do lado esquerdo do peito.

Por minha boca de clamores e silêncios
ecoe a voz da geração insubmissa
para contar sob sol da praça
aos que nasceram e aos que nascerão
de onde vem essa mulher.
Que rosto tem, que sonhos traz?

Não me falte agora a palavra que retive
ou que iludiu a fúria dos carrascos
durante o tempo sombrio
que nos coube combater.
Filha do espanto e da indignação,
filha da liberdade e da coragem,
recortado o rosto e o riso como centelha:
metal e flor, madeira e memória.

No continente de esporas de prata
e rebenque,
o sonho dissolve a treva espessa,
recolhe os cambaus, a brutalidade, o pelourinho,
afasta a força que sufoca e silencia
séculos de alcova, estupro e tirania
e lança luz sobre o rosto dessa mulher
que bate às portas do nosso coração.

As mãos do metalúrgico,
as mãos da multidão inumerável
moldaram na doçura do barro
e no metal oculto dos sonhos
a vontade e a têmpera
para disputar o país.

Dilma se aparta da luz
que esculpiu seu rosto
ante os olhos da multidão
para disputar o país,
para governar o país.

(Pedro Tierra)
Brasília, 31 de outubro de 2010.

CARTA DE ELZITA SANTA CRUZ A DILMA ROUSSEF

 Olinda, 29 de Outubro de 2010

À
Dilma Rousseff


Sou ELZITA SANTA CRUZ, mãe do desaparecido político Fernando Santa Cruz. Tenho 97 anos, ostento com muito orgulho a identificação de ser a mais antiga filiada do Partido dos Trabalhadores – PT. Minha militância política vem
desde quando em 1945,quando me inscrevi no Rio de Janeiro, na Junta Eleitoral, obtendo eu primeiro Título de Eleitor para votar em Luiz Carlos Prestes, a época combatido por amplos setores conservadores da sociedade e da Igreja católica.
As circunstancias da vida fizeram com que participasse  ativamente da resistência à ditadura e pela Anistia Ampla,Geral e Irrestrita. Esta talvez tenha sido e continua sendo minha principal bandeira. Desta forma, gostaria de manifestar publicamente meu irrestrito apoio e declarar meu voto em DILMA ROUSSEFF PRESIDENTE. O fiz solenemente no primeiro turno, o farei outra vez no dia 31 de outubro, na certeza de que estou escolhendo a Primeira Mulher Presidente da República, única e exemplar candidata,capaz de substituir e dar continuidade ao governo LUIZ INACIO LULA DA SILVA, exercido pelo Primeiro Operário Presidente, cujo o desempenho tem ampla aprovação do povo brasileiro e o reconhecimento internacional.
Finalmente, na condição de mãe de 10 (dez) filhos, entre eles Fernando Santa Cruz, jovem que aos 25 anos foi seqüestrado, assassinado as escondidas pela repressão política, cujo o cadáver foi ocultado pela ditadura. Essa minha história de vida, fez de minha pessoa, representante de todas as mães, esposas,irmães e filhas dos desaparecidos políticos e daqueles (as) sobreviventes que de forma generosa combateram a ditadura.
Agora, eu declaro que o Governo LULA deveria ter avançado muito mais na abertura dos arquivos da repressão política e na responsabilização e esclarecimentos dos mortos e desaparecidos políticos.No entanto, devo reconhecer que houve considerável resgate da memória histórica, trabalho efetuado pela Secretaria Nacional dos Direitos Humanos, sob a direção do Ministro Paulo Vannuchi, Ministro Tarso Genro, Paulo Abrão Presidente da Comissão da Anistia e contou com o apoio decisivo,da Ex-Ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.
Assim sendo, voto e recomendo DILMA Presidente, na certeza de que a mesma empreenderá esforços no sentido de que seu governo assumirá o compromisso do esclarecimento da questão dos Desaparecidos Políticos da Cidade e da Guerrilha do Araguaia, condição essencial na consolidação da democracia que desejamos construir e repassar para gerações futuras.
Meu voto é DILMA, homenagem ao meu filho Fernando Santa Cruz, digitando 13, direi para mim mesma – FERNANDO PRESENTE AGORA E SEMPRE. Adianto ainda, que essa carta pelo assunto nela abordado, não é um documento de natureza privada, motivo pelo qual autorizo sua divulgação.
                                

ELZITA SANTA CRUZ


 MARCELO SANTA CRUZ 

DOS PORÕES DO DOPS PARA A PRESIDÊNCIA

por RUI MARTINS

Extraordinária revanche que, ao mesmo tempo, reforça o conceito de ser preciso lutar, mesmo quando se é minoria e parece ser perdida a causa. Qual dos carrascos e dos militares do Golpe de 64 poderia imaginar, naqueles passados fim dos anos 60, que uma das jovens recolhidas a uma das celas do Dops seria eleita, mais de 40 anos depois, presidenta do Brasil ?
 Diante de situações como essa, se fortalece a convição da necessidade de se lutar mesmo quando tudo parece ser contra nós e quando se é uma reduzida minoria. Graças ao meu amigo e colega Alípio Freire, imponente e carismática figura, visitei, durante minha viagem a São Paulo, dois lugares que me religaram à época da luta contra a ditadura militar – os arquivos onde estão guardados os docu mentos relacionados com os perseguidos, presos, torturados e mesmo assassinados no Dops, depois chamado de Deops, mas sempre um instrumento cruel da repressão. E a seguir, na praça General Osório, junto à antiga Estação da Luz, os lugares onde funcionavam parte dos mecanismos da repressão, hoje transformados no Memorial da Resistência.
 Cubículos onde se acumulavam os jovens resistentes à ditadura, onde eram torturados, recebiam verdadeiras lavagens de porcos como refeições e apodreciam sem direito à luz solar, coisa permitida reduzidas vezes e apenas por restritos minutos. Coincidentemente, ali estavam no começo de outubro, data de minha visita, numerosos cinegrafistas dos diversos canais da televisão brasileira.
 E por que ? Para mandarem ao ar, logo após confirmada a vitória de Dilma Rousseff, documentos filmados da cela onde esteve presa, quando militante contra a ditadura militar brasileira. A vitória não saiu, como se esperava , no primeiro turno, e tudo vai ser levado à televisão brasileira neste domingo do segundo turno.
 Não faltarão, sem dúvida, as informações truncadas, pelas quais ouvi um jovem me dizer, ter sido Dilma assaltante de bancos, mas tinha recebido informação incompleta, pois não lhe tinham explicado ser essa a maneira, na época, de se atacar o sistema militar e obter fundos para manter a resistência aos ditadores.
 Estranho país esse meu Brasil, onde por guerrinhas políticas se procura denegrir a imagem de seus heróis do passado. Os covardes de ontem, que compuseram, colaboraram ou se aproveitaram da ditadura tentam agora minimizar o valor de todos quantos expuseram suas vidas em luta pela liberdade e pela democracia dos dias de hoje.
 Dilma Rousseff não é apenas a primeira mulher brasileira eleita presidenta (e isso já é estraordinário num país tido como de machistas), é mais que isso, é uma das lutadoras naqueles escuro s anos de chumbo. Anos em que, militares teleguiados pelos EUA destruíram a cultura construída nas nossas universidades, a pretexto de evitar o marxismo, mas na verdade para manter a desigualdade social e a semi-escravidão de grande parte da população, da qual só agora vamos saindo.
 Dilma foi uma resistente, vinda das hostes de um outro herói, Leonel Brizola. Sua eleição é o coroamento do longo caminho das batalhas sociais em favor do povo e da liberdade, que são por uma melhor repartição do pão e por uma melhor remuneração do trabalho da maioria da população.
 Depois de quase quinhentos anos de um Brasil governado sempre pelas mesmas famílias, pelas mesmas oligarquias, houve a ascenção de um filho do povo. A Casa Grande perdeu para os habitantes da Senzala e um Brasil mais justo vai surgindo, mesmo diante de numerosas tentativas para se devolver o poder aos seus antigos detentores. Oito anos, tantas vezes conturbados pelas dific uldades de se governar com um Parlamento viciado na corrupção, é um tempo curto demais para se contrapor aos quase 500 da elite branca e rica brasileira, disposta tantas vezes a vender e a ceder nossas riquezas em troca de vantagens pessoais.
 Dilma Rousseff, a corajosa mulher dos anos 60, que viveu três anos nas escuras celas do Dops, por afrontar os militares - nisso sobrepujando tantos homens, dispostos por covardia a se submeter aos fardados - é hoje a garantia de um novo governo em favor do povo e não em favor dos ricos e suas oligarquias.
 O Brasil é exemplo de democracia na América Latina, mostra um enorme avanço tecnológico ao ser capaz de apurar rapidamente as eleições que, nos EUA, demoram um mês em meio a trapaças de toda espécie.
 A derrota de Serra sela o fim de um época. Por um bom tempo, poderemos ter a certeza da manutenção dos verdadeiros representantes do povo no poder, mesmo sob a pressão do cartel da imprensa da direita, que confunde liberdade de expressão com manipulação e engôdo do povo com seus telejornais supérfluos, suas telenovelas modificadoras da nossa cultura e com sua máquina de informação implantada por todo o país sem contrapartida, numa verdadeira ditadura latente e invisível mas eficaz.
 Dilma, a resistente de ontem é a nossa presidenta de hoje, numa extraordinária revanche aos golpistas, torturadores e assassinos do passado, ainda saudosos dos anos em que enterraram aqueles anos ricos em cultura e manifestação popular. Os tempos mudaram, graças aos resistentes, o Brasil se transformou, graças aos anos Lula numa potência mundial, que Dilma, representante das mulheres brasileiras, tantas vezes oprimidas e obrigadas a ficar na cozinha, vai continuar.
 PS. Graças aos arquivos do tempo da ditadura, pude também me reencontrar, naqueles idos de 1967-68, ao lado de Mario Martins, no Teatro Paramout, secretariando o Encont ro com a Liberdade, ao lado dos resistentes da época. A história de um país não se faz num dia, ela é o resultado de anos de lutas e, no caso do Brasil, a satisfação dos dias de hoje é saber que a Casa Grande está sendo transformada em Casa do Povo.
 PS-2. A partir de amanhã e até o dia 9, os emigrantes poderão eleger seus representantes num Conselho junto ao Itamaraty, apenas figurativo, mas que poderá ser um trampolim a uma Secretaria de Estado dos Emigrantes. Na América do Norte, são candidatos apoiados pelo Estado do Emigrante,  Josivaldo Rodrigues e Veronique Ballot; na América do Sul, Fernanda Balli; na Ásia/África Alberto Ésper e, na Europa, Rui Martins. Para votar ir ao site
www.brasileirosnomundo.mre.gov.br , onde estão todas as informações

(Sobre o autor deste artigoRui Martins - Berna
Jor nalista, escritor, ex-CBN e ex-Estadão, exilado durante a ditadura, é líder emigrante, ex-membro eleito no primeiro conselho de emigrantes junto ao Itamaraty. Criou os movimentos Brasileirinhos Apátridas e Estado dos Emigrantes, vive em Berna, na Suíça. Escreve para o Expresso, de Lisboa, Correio do Brasil e agência BrPress.)

ENTIDADES PERNAMBUCANAS REAGEM

PUBLICADO NO DIÁRIO DE PERNAMBUCO - 02 DE NOVEMBRO DE 2010

O ressurgimento da nova onda de xenofobia virtual contra os nordestinos deve gerar reações de entidades ligadas a direitos humanos em Pernambuco. A Ordem dos Advogados do Brasil no estado (OAB-PE) informou, por meio de sua assessoria, que acompanhará os desdobramentos dos fatos e, se necessário for, entrará com pedido de investigação no Ministério Público Federal. A entidade informa que agiu assim quando mensagens preconceituosas postadas no Orkut atacaram as vítimas das enchentes registradas em Pernambuco e Alagoas, entre junho e julho deste ano.

Na ocasião, o presidente da OAB-PE, Henrique Mariano chegou a preparar denúncias para acionar o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), mas não o fez após ser informado que o órgão já tinha tomando as providências. Na época, Mariano afirmou ainda ser impensável que as manifestações públicas de discriminação ficassem impunes. Segundo ele, as condutas promovidas por membros de comunidades de relacionamento configuraram o crime de racismo tipificado no artigo 20, parágrafo 2º da Lei nº 7.716 - trata dos crimes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. A pena prevê reclusão de dois a cinco anos e também multa, caso o crime tenha sido cometido por intermédio de meios de comunicação social ou publicação de qualquer natureza. Além disso, segundo a Constituição Federal, o crime de racismo é imprescritível e inafiançável.

Por sua vez, Manoel Moraes, membro da coordenação executiva do Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares (Gajop), informa que, diante dos fatos, vai enviar comunicado à Secretaria Nacional de Direitos Humanos pedindo providências. "Repudiamos qualquer atitude do gênero", disse, acrescentando, porém, ser difícil combater a prática pela fragilidade legal que cerca a internet. "Infelizmente faltam instrumentos jurídicos. A internet é uma nova fronteira, difusa, que sofre pela falta regulamentação em relação ao seu uso. Há quem veja, nessa regulação, uma eventual quebra de liberdade de expressão. Mas quando há violação de direitos humanos, essa liberdade fica comprometida e deve deixar de existir", frisou.

PRECONCEITO E RACISMO POLARIZAM DISCUSSÃO NA WEB

PUBLICADO NO DIÁRIO DE PERNAMBUCO - 02 DE NOVEMBRO 2010

Uma declaração preconceituosa e baseada em dados imprecisos postada no Twitter por uma estudante de direito de São Paulo causou grande polêmica nas redes sociais. A aluna atribuiu aos nordestinos a derrota de José Serra (PSDB) nas eleições presidenciais. O embate regionalista tomou conta das discussões no microblog, com reações imediatas contra a infeliz frase e também com comentários de moradores das regiões Sul e Sudeste.
"Nordestisto (sic) não é gente. Faça um favor a SP: mate um nordestino afogado!", escreveu a estudante, durante a madrugada. Ela também usou o Facebook para mostrar a indignação com a vitória de Dilma Rousseff (PT) e culpar o povo do Nordeste pela derrota. "Afunda Brasil. Deem direito de voto pros nordestinos e afundem o país de quem trabalha pra sustentar vagabundos que fazem filhos pra ganhar o bolsa 171", postou.
O comentário repercutiu tanto, que, ao meio-dia de ontem, o hashtag #nordestisto - escrita de forma incorreta pela estudante - passou a ser a terceira palavra mais comentada pelos usuários do microblog. A guerra regional fez outros termos serem mais acessados ainda: "orgulhodesernordestino" e "norte/nordeste e sul/sudeste". Quando o caso começou a repercutir, a estudante publicou mensagens se desculpando. Mais tarde, cancelou seus perfis.
As declarações preconceituosas podem resultar na prisão dos autores das frases. De acordo com a legislação brasileira, crimes contra a procedência nacional preveem pena de até três anos. Um jurista ouvido pela reportagem explicou que as redes sociais são consideradas meios de comunicação. "Qualquer informação ofensiva à honra ou preconceituosa é suscetível de apuração e apenação, como em qualquer outro veículo de comunicação", explicou.
Já o cientista político David Fleischer, da Universidade de Brasília (UnB), lembrou que há um preconceito muito forte contra o Nordeste em estados das regiões Sul e Sudeste. "A pessoa deveria procurar outras razões para a derrota do Serra, porque, no Brasil, o voto de cada umtem peso igual. Se a eleição brasileira fosse como nos Estados Unidos, onde os votos são divididos por estado, de acordo com o número de delegados, aí sim poderia se atribuir a derrota a um estado, mas jamais com o uso do proconceito", comparou o cientista.
A polêmica foi criada a partir de uma falsa ideia de que os votos da região Nordeste teriam sido os responsáveis pela eleição de Dilma. Levantamento feito pelo Diario/Correio Braziliense, com base nos resultados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mostra que a candidata do PT venceria o pleito mesmo que fossem considerados apenas os votos das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Norte. No cenário em que os votos do Nordeste não são contabilizados, Dilma ficaria com 1,3 milhão de votos a mais que Serra. Até mesmo se fossem contabilizados somente os votos do Sul, Sudeste e Centro-Oeste, a petista sairia vencedora, com cerca de 300 mil votos à frente do tucano.
Embora a presidente eleita tenha sido superada pelo adversário em São Paulo, o maior colégio eleitoral do país, ela venceu no segundo e terceiro estados de maior eleitorado, Minas Gerais e Rio de Janeiro, respectivamente. No Nordeste, Dilma superou Serra em mais de 10 milhões de votos. Na contagem oficial do TSE, ela atingiu 12 milhões de votos a mais que o concorrente em todo o país.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

DESAFIOS PARA A PRESIDENTE DILMA ROUSSEF

por LEONARDO BOFF

Celebramos alegremente a vitória de Dilma Rousseff. E não deixamos de folgar também pela derrota de José Serra  que não mereceu ganhar esta eleição dado o nivel indecente de sua campanha, embora os excessos tenham ocorrido nos dois lados. Os bispos conservadores que, à revelia da CNBB, se colocaram fora do jogo democrático e que manipularam a questão da descriminalização do aborto, mobilizando até o Papa em Roma, bem como os pastores evangélicos raivosamente partidizados, sairam desmoralizados.Post festum, cabe uma reflexão distanciada do que poderá ser o governo de Dilma Rousseff.  Esposamos a tese daqueles analistas que viram no governo Lula uma transição de paradigma: de um Estado privatizante, inspirado nos dogmas neoliberais para um Estado republicano que colocou o social em seu centro para atender as demandas da população mais destituida. Toda transição possui um lado de continuidade e outro de ruptura. A continuidade foi a manutenção do projeto macroeconômico para fornecer a base para a estabilidade política e exorcizar os fantasmas do sistema. E a ruptura foi a inauguração de substantivas políticas sociais destinadas à integração de milhões de brasileiros pobres, bem representadas pela Bolsa Familia entre outras. Não se pode negar que, em parte, esta transição ocorreu pois, efetivamente, Lula incluiu socialmente uma França inteira dentro de uma situação de decência. Mas desde o começo, analistas apontavam a inadequação entre projeto econômico e o projeto social. Enquanto aquele recebe do Estado alguns bilhões de reais por ano, em forma de juros, este, o social, tem que se contentar com bem menos. Não obtante esta disparidade, o fosso entre ricos e pobres diminuiu o que granjeou para Lula extraordinária aceitação.
Agora se coloca a questão: a Presidente  aprofundará a transição, deslocando o acento em favor do social onde estão as maiorias ou manterá a equação que preserva o econômico, de viés monetarista, com as contradições  denunciadas pelos movimentos sociais e pelo  melhor da inteligentzia brasileira?
Estimo que, Dilma deu sinais de que vai se vergar para o lado do social-popular. Mas alguns problemas novos como aquecimento global devem ser impreterivelmente enfrentados. Vejo que a novel Presidenta compreendeu a relevância da agenda ambiental, introduzida pela candidata Marina Silva. O PAC (Projeto de Aceleração do Crescimento) deve incorporar a nova consciência de que não seria responsável continuar as obras desconsiderando estes novos dados. E ainda no horizonte se anuncia nova crise econômica, pois os EUA resolveram exportar sua crise, desvalorizando o dólar e nos prejudicando sensivelmente.
Dilma Rousseff marcará seu governo com identidade própria se realizar mais fortemente a agenda que elegeu  Lula: a ética e as reformas estruturais. A ética somente será resgatada se houver total transparência nas práticas políticas e não se repita a mercantilização das relações partidárias(“mensalão”).
As reformas estruturais é a dívida que o governo Lula nos deixou. Não teve condições, por falta de base parlamentar segura, de fazer nenhuma das reformas prometidas: a política, a fiscal e a agrária. Se quiser resgatar o perfil originário do PT, Dilma deverá implementar uma reforma política. Será dificil, devido os interesses corporativos dos partidos, em grande parte, vazios de ideologia e famintos de benefícios. A reforma fiscal deve estabelecer uma equidade mínima entre os contribuintes, pois até agora poupava os ricos e onerava pesadamente os assalariados. A reforma agrária não é satisfeita apenas com assentamentos. Deve ser integral e popular levando democracia para o campo e aliviando a favelização das cidades.
 Estimo que o mais importante é o salto de consciência que a Presidente deve dar, caso tomar a sério as consequências funestas e até letais da situação mudada da Terra em crise sócio-ecológica. O Brasil será chave na adaptação e no mitigamento pelo fato de deter os principais fatores ecológicos que podem equilibrar o sistema-Terra. Ele poderá ser a primeira potência mundial nos trópicos, não imperial mas cordial e corresponsável pelo destino comum. Esse pacote de questões constitui um desafio da maior gravidade, que a novel Presidenta irá enfrentar. Ela possui competência e coragem para estar à altura destes  reptos. Que não lhe falte a iluminação e a força do Espírito Criador.
 

QUE ÓDIO VOCÊS TÊM DE NÓS?

Estou profundamente chocada com esta onda de ódio e preconceito que vem sendo espalhada na internet, através do twitter e outras midias de relacionamento, contra os nordestinos.
 Não é admissível que algumas pessoas que moram no sul e sudeste do país se sintam superiores a nós. Como podem estas pessoas, provavelmente jovens e adolescentes incitarem inclusive á violência, ao postarem que devem afogar nordestinos e coisas assim.
 Confiram este link e vejam o que dizem sobre os norderstinos: http://xenofobianao.tumblr.com/
 Foi exatamente para evitar que pessoas deste tipo voltassem ao poder, que lutamos durante esta campanha. Não podemos permitir que a intolerância, a xenofobia, o preconceito voltem ao poder. Seria o mesmo que voltar aos tempos da Casa Grande e da Senzala.
 Imagino que tanto ódio não surgiu do nada, na cabecinha desta turma. Este ódio, provavelmente, é fomentado dentro de suas casas. suas famílias não aceitaram a eleição e reeleição de Lula, porque ele é de origem humilde, nasceu paupérrimo, no agreste pernambucano. Como elassim poderiam aceitar um operário, pobre e nordestino sendo o presidente da república? Torceram, colocaram pedras no caminho, fizeram de tudo para o governo Lula não dar certo. Mas deu. E como! Está na imprensa do mundo todo. Basta conferir.
 Se contra Lula pesava o fato de não ter curso superior e ser nordestino, para Dilma, nascida em Minas e com pós-graduação, pesou o fato de ser mulher. Irritados com os resultados e com a popularidade de Lula, não poderiam jamais aceitar que Lula conseguisse fazer o seu sucessor e ainda mais, uma mulher!
 Tentaram de tudo para impedir a eleição de Dilma. Em meio a uma campanha cheia de mentiras e agressões, terminaram vítimas de suas próprias armações, como a da bolinha de papel que queriam nos convencer que foi algo mais pesado. 
Bispos se envolveram, apelaram até para o Papa. imaginem, envolver o Papa nas eleições brasileiras! De nada adiantou.
 Mas, como diz a canção "Imagina o Brasil ser dividido e o Nordeste ficar independente", o nosso povo não é besta. E, se aos Nordestinos está sendo atribuída a responsabilidade da eleição de Dilma, não poderia haver maior honra.
 Durante toda esta campanha, jamais me dirigi a um eleitor de Serra para tentar mudar o seu voto. Se enviei alguma e-mail falando sobre Dilma para alguém que votou em Serra, foi por não saber de sua nova opção. Só enviava Ao contrário, recebi e-mails ridicularizando Lula, Dilma, o PT. Deletei todos, silenciosamente.
 Sei que a derrota nas urnas é dolorosa. Vencer é muito bom. Mas é preciso ter dignidade, tanto em um caso, como em outro. Descarregar sobre nós, nordestinos, toda a frustração da derrota só prova que temos que continuar lutando, para que este tipo de gente nunca mais volte ao poder. 
Pois é, o nordeste elegeu uma mulher presidente. E depois, nós é que somos machistas heim?